Devido à
sua posição geográfica favorável, no coração do Agreste, passagem
obrigatória do transporte de gado do Sertão para o Litoral, logo se
estabeleceram diversas propriedades agropastoris. Os donos das terras onde hoje
se situa o município eram os "Nunes dos Bezerros", assim denominados
em virtude da curta distância entre a fazenda e a paróquia de Bezerros.
Admite-se que os Nunes eram remanescentes dos antigos concessionários daquelas
terras, quando foram distribuídas como sesmarias.
Os Nunes haviam adotado um casal de órfãos,
sendo o menino, José Rodrigues de Jesus. Em virtude de desentendimento com
a família,
ele se apossou das terras que lhe cabiam por herança, a leste e a sudeste da fazenda dos
Nunes. Com vinte anos já era um senhor poderoso e residia com a mulher – Maria
do Rosário de Jesus – numa vivenda, a Casa Grande, no local denominado Caruaru.
Com licença do Bispado de Olinda, em 1781, construiu a capela de Nossa Senhora
da Conceição, que contribuiu para o surgimento de uma feirinha semanal e passou
a ser ponto de convergência de novos moradores, iniciando-se assim o povoamento
da região. Documentos de 1794 comprovam a existência desse povoado,
"possuindo crescido número de casas", já conhecido com a mesma
denominação atual.
Em 1834,
Caruaru figurava como 7º distrito de
paz de Bonito, conforme ofício datado de 8 de novembro
desse ano, enviado pela Câmara de Bonito ao Conselho do
Governo de Pernambuco. A Lei
Provincial nº 133, de 6 de maio de 1844, criou o distrito de
São Caetano da Raposa, anexado ao município de Caruaru (alguns documentos
mencionam essa lei como sendo do dia 2 de maio). Em 1846, o missionário frei
Euzébio de Sales, capuchinho da Penha, iniciou a construção da Igreja
Matriz, hoje catedral. Reconstruída duas vezes, a última em 1883, a igreja
ganhou, nesse ano, o sino que ainda hoje existe no local, o maior ex-voto da
região, promessa de Francisco Gomes de Miranda Leão, que fez transportar a
oferenda em lombo de animais, de Tapera a Caruaru, onde a população recebeu com
entusiasmo. Em 16 de agosto de 1848, a Lei Provincial nº 212 elevou Caruaru à
categoria de vila,
com território desmembrado de Bonito. Essa lei transferiu a sede da freguesia de
São Caetano da Raposa para Nossa Senhora das Dores, em Caruaru, para onde
também foi transladada a sede da comarca de Bonito. O art. 3º da mesma lei
dividiu a comarca em dois municípios, compreendendo o primeiro as freguesias de
Caruaru, Bezerros e Altinho,
e a segundo município, as cidades de Bonito e Panelas.
A Câmara
foi instalada no dia 16 de setembro de 1849, segundo ofício enviado ao
presidente da província; quem a instalou foi o presidente da Câmara de
Bonito, Francisco Xavier de Lima. O primeiro vigário da
freguesia foi o padre Antonio Jorge Guerra, que a instalou no dia 28 do mesmo
mês e ano. Em 18 de maio de 1857, a Lei Provincial nº 416 elevou a vila de
Caruaru à categoria de cidade e sede do município e em 20 de maio de 1867, a
Lei Provincial nº 720 criou a comarca de Caruaru, a qual foi classificada de 1ª
entrância pelo Decreto nº 3.978, de 12 de outubro do mesmo ano; o
primeiro juiz de Direito foi o dr. Antonio Buarque
de Lima. Em 13 de novembro de 1872, o Decreto nº 5.139 classificou-a como de 2ª
entrância.
Tornou-se município em
1 de março de 1893, com base no art. 2º das disposições gerais da Lei Estadual
nº 52 (Lei Orgânica dos Municípios), de 3 de agosto de 1892. O primeiro
prefeito eleito foi o major João Salvador dos Santos. Em relação anexa ao
ofício do prefeito para o Secretário do Governo, com data de 26 de maio de
1893, declara-se que o município fora dividido em três distritos
administrativos: Caruaru (sede municipal), Carapotós e São Caetano da Raposa.
Caruaru
se converteu em município, sendo o segundo do agreste pernambucano, pelo
projeto nº 20, criado pelo deputado provincial Francisco de Paula Baptista
(1811-1881), defendido em primeiro debate em 3 de abril de 1857 e tornando-se
concreto, depois de aprovação sem debate, em 18 de maio do mesmo ano, com a
assinatura da Lei Provincial nº 416, pelo então vice-presidente da província de
Pernambuco, Joaquim Pires Machado Portela. Ao
passar das décadas, a cidade se desenvolveu e a antiga Vila do Caruru
atualmente é conhecida por colecionar vários títulos, como “Capital do
Agreste”, “Capital do Forró”, “Princesa do Agreste”,
dentre outras alcunhas, fazendo analogia ao cenário de sua importância
política-econômica no cenário do Estado de Pernambuco.
O
desenvolvimento do município teve seu apogeu a partir de 1896, após a
construção da Great Western, a linha férrea que conecta a cidade à
capital pernambucana. Pelos seus trilhos era escoada a produção agrícola, além
das mercadorias de sua tradicional feira. Iniciada em 2001 pelo governo
pernambucano, a duplicação da principal rodovia que dá acesso ao município,
a BR-232,
foi crucial para a industrialização da sua economia e o crescimento do setor de
serviços, já que com a nova rodovia o número de turistas em dada época do ano
era maior, visto que a duplicação trouxe uma redução no tempo de viagem e mais
segurança. O primeiro trecho das obras foram iniciadas no sentido
Recife-Caruaru e concluídas em 2003, quando foi dado início a outro trecho,
Caruaru-São Caetano.
A
Origem do Nome
Há
diversas hipóteses para a origem do nome do
município, Caruaru. Uma das mais utilizadas é que o nome Caruaru
seja uma junção oriunda do dialeto dos índios cariris,
habitantes da região na época do desbravamento, no século XVI. "Caru"
equivaleria a alimento e fartura e "aru aru" à abundância. Logo,
Caruaru significaria terra da fartura. A "Documentação Territorial
Brasileira", do IBGE, depois de frisar os vários significados associados a
entidades mórbidas, acrescenta mais uma definição: "nome de uma planta
vulgarmente conhecida por caruru (espécie de bredo) e que outrora cobria
um poço na margem do rio Ipojuca,
em local que, por isso, passou a ser denominado Poço ou Sítio do Caruru. Por
acréscimo de uma vogal, o nome seria alterado para Caruaru". No Dicionário
Houaiss, consta com dois sentidos: 1º) o mesmo que curuaí (do tupi curuá’i),
planta Orbignya sabulosa, isto é, a palma, incidente em toda a região; 2º)
o mesmo que jacuraru, ou seja, um lagarto (do tupi yakurua’u), o popular teju
ou teiú, também bastante frequente na região.
Fonte: Wikipédia
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